_Como surgiu a ideia de compor o personagem Christian Pior?
A idéia surgiu do desespero, fia. O Emílio [Surita. Apresentador do Pânico] me ligou, bendita ligação, na sexta-feira, para eu gravar já no sábado o casamento da Wanessa Camargo... Ele queria um estilista que falasse da roupa dos famosos e aí dei o nome de Christian Pior. Aí surgiu o quadro "Meda". Depois fiz o Fashion Rio com a Sabrina Sato, o SPFW e, depois de três "Medas", rolou o contrato.
_Durante as gravações, você já enfrentou algum tipo de preconceito por ele ser, digamos, muito afeminado?
Absolutamente não. Aliás, quanto mais afetado, melhor. Mas é um afetado que não se intimida com os heteros. O Christian não é uma vítima ou uma bibinha fragilizada. Aliás, de vítima ele não tem nada!
_De onde você tira os bordões (sempre bem atualizados) do personagem? Convive com gays?
Convivo com gays. Pego muita coisa do meio. Também crio alguns, outros vem de pessoas com quem convivo. Por exemplo, ovulei é de um amigo que trabalha no Banco do Brasil, Pára tudo e chama a Nasa! é da Andrea Barretto, minha produtora. Colega...é de um amigo de Brasília. E por aí, vai... Ah, Coragem é da Dimmy Kieer.
_Atualmente existe uma perseguição para o "politicamente correto". O Christian Pior já sofreu alguma retaliação do movimento gay por ser "politicamente incorreto"?
Não. Que eu saiba nunca. Mas qual seria a acusação? Ser pintosa? Elitista? Alpinista social? E, por acaso, gay tem que ser exemplo de comportamento? O gay tem que se descobrir e depois aceitar sua identidade, suas diferenças dentro do próprio grupo e saber que, todo mundo igual ou estereotipado, seja pelo lado mais sério ou pelo lado mais pintoso, ficaria uma coisa em série. Sabe assim, todo mundo igual? Credo! (risos)
_O personagem Christian Pior freqüenta desde o baile funk em Itaquera até o SPFW. O que você acha dos gay que se restringem apenas a lugares gays?
O gueto fortalece. Um gay sozinho em uma periferia ou em uma cidade pequena, não terá tanta força e expressão como quando está em grupo. O gay tem que ter o seu lugar para ferver, beijar, paquerar e ficar à vontade. Sem ser incomodado ou olhado de lado. O gay tem que ter sua identidade, seu jeito, seus gostos e culturas. Enfim, ter o seu estilo sem ter que pedir desculpas ou a aprovação de alguém. Um hetero não pede licença para ser hetero. Um gay não tem que pedir também. O preconceito diminuiu, mas estamos longe do ideal!
_Muitas pessoas acham que o Christian Pior acaba rotulando gays a um estereótipo, o que você acha sobre isso?
Acho que ele representa um grupo dentro da comunidade gay. Assim, temos a pintosa, a barbie, o urso, o discreto, o emo, o andrógino, o low profile, a travesti... Agora, o tipo pintoso aparece mais, né? Porque dão mais a cara à tapa. Quantas barbies másculas e discretas você vê dando entrevistas por aí, ou dando a cara à tapa? O gay brasileiro copia muito o estilo gay americano. Mas a parte mais legal, que é a politizada, não imitam! (risos) Aliás, tem muito gay brasileiro que copia o estilo gay americano, mas sem o dinheiro americano! (risos)
_O Christian Pior se considera pintosa?
Sim... Pintosa, feliz, ferino e serelepe...(risos). E com um gosto de roupa bem duvidoso...
_O que o Christian Pior falaria para as bichas que não tem humor e acham que ele ofende a "classe"? E para os gays enrustidos e bichas bofes que juram não dar pinta?
(Gargalhada) O Christian não tem nada para falar a essas pessoas. Ele apenas ri, e toma seu bom champanhe! (risos)
_Para namorar, o Christian Pior prefere um "bofe" ou uma "pintosa"?
Se a pintosa for linda... caso! Se o bofe for lindoooo, caso! Sou muito sensível à beleza, sabe?
Fonte: PlugMania
Adaptação: Pior Fan
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