Ola Evandro. Você saiu de casa muito cedo, ficou sem falar com sua mãe por 20 anos, saiu de uma cidade de interior, e sofreu muito por não ser aceitado pelas pessoas que você mais amava. Apesar disso, você mostrou que sempre foi guerreiro, com muita personalidade e desde pequeno já sabia o que queria. Hoje, olhando para trás, você pode dizer ”valeu a pena!”?
Claro que sim, fui mais longe do que achei que poderia ir. E provavelmente vou mais longe do que as pessoas esperam. Quando você tem um espírito de luta, é inconsciente, já está em você; Você luta e nem sabe que está lutando. É automático.
Hoje em dia você sabe que é um dos maiores e mais amados humoristas da televisão brasileira. Quando você percebeu que tinha vocação para o humor?
Aos 17 anos, quando fiz o primeiro telegrama animado. Até então, não sabia o que iria fazer da vida.
Cristian Pior foi e é um marco do humor no Brasil, uma sátira ao falecido estilista Cristian Dior. Qual é a sensação de saber que, hoje, você é um marco na história do humor brasileiro?
Nem sei se eu sou um marco. Sei que sou um dos humoristas da nova geração que teve algum destaque. Um marco é uma coisa em grande escala. Acho que ninguém se sente um marco, na verdade. Imagina você acordar e pensar “sou um marco do humor”. Deve ser a mesma coisa que você acordar e pensar “Caralho, sou a Madonna”. Acho que nem a Madonna se sente tão Madonna.
Muitos não te conhecem por de trás da máscara do “Cristian Pior”. Mas o Evandro Santo é bem humilde e sem nenhum preconceito. Você tem medo da relação entre o personagem e a vida real se tornar muito curta, a ponto de o públi co não saber diferenciar?
Não. Porque é interessante eu ter o personagem como um escudo. Tem situações que não é interessante a pessoa te conhecer de verdade. Ou porque a pessoa não é interessante ou é chata, ou totalmente interesseira. É legal eu me mostrar de verdade para pessoas que eu gosto ou me interesso e que desde o começo me tratam como uma pessoa normal e não como um personagem ou uma pessoa famosa.Talvez seja por isso que eu freqüento tantos lugares underground. Nesses lugares as pessoas não puxam meu saco, me tratam normal e eu me divirto horrores.
Evandro, você também é radislista na Radio Jovem Pan, com o programa do Pânico na Radio e Missão Impossível, onde apresenta juntamente com Lígia Mendes. Além disso você tem blogs e faz shows de Stand-up comedy, e, claro, o programa na televisão. Você é multi-funcional? (risos)
Acho que na verdade sou desesperado por ação.
Ok Evandro. Muito obrigado. Eu sou Breno Cunha, e gostaria que você mandasse um abraço pra esse Brasil que te acompanha e foi obrigado a te amar, pelo seu talento e dedicação aos fãs.
Um abraço por trás das pessoas que tem um corpo bom.
Fonte: ADTV
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